Escola pública da Ceilândia tem ajudado a mudar a realidade dos alunos após implantar o programa “Amor pela Família”, desenvolvido pela Sefam
Você já ouviu falar em automutilação não suicida? Pois bem, esse tema causa muitas dúvidas pela proximidade com o suicídio. De acordo com o manual MDS, documento que reúne as melhores informações médicas atuais para os três bilhões de profissionais da saúde e pacientes por todo o mundo, a automutilação não suicida é um ato que causa dor e danos superficiais ao próprio corpo, sem a intenção de causar a morte.
Ainda que os métodos sejam similares ao do suicídio, como o corte dos pulsos com lâminas, essas pessoas que se automutilam declaram que não estão tentando se matar. Os casos mais comuns são, aranhões superficiais, cortar a pele com objetos pontiagudos ou queimar a pele.
Não existem estudos científicos que comprovam os motivos que fazem as pessoas se automutilarem, entretanto, esse comportamento é comumente causado para reduzir a tensão, resolver problemas interpessoais e se punir por falhas que se acredita ter.
Conforme o manual MDS, esses gatilhos punitivos tendem a começar na adolescência, principalmente nos jovens com transtornos de personalidade antissocial, transtorno alimentar, limítrofe ( de personalidade), por uso de álcool e autismo.
A automutilação é a materialização de alguns sentimentos de raiva, angústia, raiva e geralmente ocorre como uma maneira de chamar atenção de pais, grupos de amigos ou pessoas que considera importante como um pedido de ajuda. Em muitos adolescentes, a automutilação não indica risco de perda da vida, entretanto, para outros que têm transtorno mental grave e menos apoio social, há um risco iminente de suicídio.
Infelizmente a automutilação virou nos últimos anos sinônimo de ganho de seguidores e visualizações nas mídias sociais. Seja na escola ou em casa, muitos jovens postam imagens de pernas, braços e barrigas ensanguentadas para tornar um viral.
O que endossa essa informação é o relato da pesquisa realizada pelo Center for Countering Digital Hate (CCDH), que indicou que o algoritmo de Tik Tok favorece conteúdos de automutilação , o que pode encorajar esse comportamento ou até mesmo a prática de suicídio em adolescentes mais vulneráveis. Como lidar com a automutilação nas escolas?
A educação socioemocional vem se mostrando imprescindível nas escolas. Por isso, as redes públicas e privadas vêm implantando programas para fortalecer essa habilidade nos adolescentes. É o caso do Programa “ Amor pela Família”, que está fazendo a diferença na vida de 300 estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 12, em Ceilândia (DF).
A iniciativa, desenvolvida pela Secretaria Extraordinária da Família (Sefam), vinculada à Casa Civil, em parceria com o Instituto Liderar, tem objetivo de promover o aumento do desempenho escolar dos adolescentes, a partir do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e do fortalecimento dos vínculos familiares. A partir da tríade escola/aluno/família, é possível melhorar o relacionamento com as próprias emoções, oferecer mais qualidade aos relacionamentos entre pai, mãe e irmãos, enfrentar os desafios e alcançar os objetivos.
Entre as atividades desempenhadas pelo programa estão as oficinas de educação emocional, onde cada aluno compartilha seus sentimentos e perspectivas sobre o futuro a partir do autoconhecimento e realidade familiar. O “Amor pela Família” melhora o relacionamento dos jovens consigo mesmo, os tornam mais otimistas com a vida, melhoram suas emoções e evitam comportamentos prejudiciais à vida.
Quer saber mais como funciona o projeto “Amor pela Família”.